O Brasil e a seletividade

Por Luan Brito

Estamos vivendo neste mês o clima de Olimpíadas disputa em Tóquio, no Japão, em meio à pandemia da Covid-19 que ainda é grande preocupação para população e governos de diversos países. Há um mês a Copa América, torneio de seleções da América do Sul, foi realizada em solo brasileiro, seguindo os protocolos de saúde, os mesmos que são respeitados em todo o mundo.

Apesar disso, quase toda a imprensa e muitas personalidades criticaram veementemente em cima da realização do torneio de futebol, mas não mantiveram a opinião sobre as Olimpíadas. Parece hipocrisia ou até mesmo incoerência. Falar de fatos ocorridos no Brasil e olhar para outros que não nos afetam, pode gerar esse tipo de situação. Porém, em muitas das vezes a questão é política, e não um ponto de vista sobre o assunto.

Um grande exemplo desse caso é a TV Globo, que ao informar a vinda da Copa América para o Brasil, fez fortes críticas pelo apoio do Governo Federal a chegada do evento, demonstrando que aquele não era o momento por conta da realidade da pandemia no país. Agora, não vemos as mesmas críticas às autoridades japonesas por permitirem a realização dos jogos. Para quem não sabe, a emissora tem os direitos de transmissão das Olimpíadas, mas não da Copa América, que ficou com o SBT.

Importante lembrar que nesta sexta-feira, dia 30, o governo prorrogou o período de estado de emergência em quatro regiões japonesas, devido às atuais condições sanitárias. O país registrou 10.684 casos do novo coronavírus em 24 horas, segundo o “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford. Esse é um recorde desde o início da pandemia.

Claro que os Jogos Olímpicos têm um número maior de pessoas envolvidas em comparação à Copa América, mas o Brasil não registrou grande variação durante o torneio. Entre os participantes, foram registrados 165 casos confirmados de Covid-19, entre jogadores, comissão técnica e prestadores de serviços. Ambos os eventos ocorrem sem a presença de público.

A coerência é fundamental para que possamos seguir desenvolvendo e crescendo. Nesse caso, ficou claro, que artistas e emissoras seguiram com seus interesses pessoais e políticos do que realmente uma opinião sobre a condução de autoridades em meio à pandemia que já tirou milhões de vidas pelo mundo. Tomara que a população não tenha opinião seletiva sobre os fatos, ou continuaremos nessa polarização que não está levando a lugar algum.

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