Quarto artigo da série sobre os pilares da qualidade de vida
Depois de falar sobre a importância da valorização da vida espiritual para que a partir do fortalecimento do espírito, possamos ter autoestima e o combustível necessário na busca de um corpo e mente saudável. É chegado o momento de falarmos sobre o sonhar, e sua relação com os pilares da qualidade de vida.
O sonho é instrumento importante para nos dar sentido à vida, pois, é por meio dele que podemos:
- Recarregar energias e promover o Equilíbrio Emocional: Nada melhor que após períodos de trabalhos exaustivos, um bom sono revigorante, não é mesmo? Quando sonhamos, nosso cérebro revisita momentos, emoções e pensamentos vividos no dia, o que acredita-se ser importante para lidar com traumas e estresses acumulados.
- Motivação: sonhar é uma força poderosa que nos motiva a seguir em frente, mesmo diante de adversidades e demais provações inerentes à vida material e também espiritual.
- Criatividade ativada: O sonhar desperta o cérebro para novas possibilidades, soluções inovadoras e até mesmo para a expressão artística. Dito isto, é fácil encontrar músicas e demais tipos de artes, cuja inspiração foi tida em sonhos, além disto, muitas soluções também foram dadas a partir da criatividade ativada no sonhar.
- Sistema Imunológico: Não faltam estudos, que demonstram a importância do sono, durante o qual ocorre a maioria dos sonhos, pois, este processo é vital para a manutenção de um sistema imunológico forte.
- Psicológico forte: Acredita-se que as explorações mentais realizadas através de sonhos podem diminuir a sensação de tédio, angústia ou apatia.
Este é só alguns dos pontos que encontrei, em estudos que tratam da importância do sonho para nossa saúde do corpo, saúde da mente e também para nossa alma. No entanto, para além de estudos que relacionam o ato de sonhar, com os pilares da qualidade de vida. É notório que quando, por algum motivo, perdemos nossa Paz, uma das primeiras reações que deixamos de ter, é o sonho, o que só aumenta o vazio trazido por momentos onde há falta de Paz.
Para reforçar a força do sonhar, recorro a exemplos realçados nas escrituras sagradas, pois, nela o sonho sempre foi algo muito presente, sendo que, em diversos momentos representou uma forma de comunicação entre o ser humano e Deus.
Uma das passagens que mais reflete o que é sonhar, está no Capítulo 28 de gênesis, onde Jacó, após um longo caminho, pegou uma pedra por travesseiro, deitou-se, e naquele lugar sonhou com uma “escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus, e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela”. Para além da visão, uma promessa veio dizendo que:
“Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado.”
A imagem da escada de Jacó e anjos subindo e descendo, é muito presente nos sonhos daqueles que creem no Poder da oração, pois, acreditamos, por fé, que durante a oração, nossas preces são elevadas ao auto, e como há uma conexão direta com o eterno, a resposta não tarda a vir.
O próximo momento marcante sobre o Poder do sonho, está na história de José (Gênesis 37), que irei resumir nos próximos parágrafos:
José, ainda muito novo, teve dois sonhos, sendo que, em um deles, ele e seus irmão estavam atando molhos no meio do campo e o molho dos seus irmãos rodeavam, e se inclinavam ao seu molho. No outro sonho, o sol e a lua, e onze estrelas se inclinavam à ele.
Pelos sonhos aqui descritos, havia clareza no fato de que, Deus avisara a José, que este teria um futuro de reinado.
Quem conhece a história de José, sabe que seus sonhos trouxeram inveja a seus irmão, que movido por este sentimento, o venderam por vinte moedas de prata, aos ismaelitas; que o levou para o Egito.
No Egito, José foi vendido ao capitão da guarda do palácio, por nome Potifar. No entanto, uma calúnia vinda da esposa de Potifar, colocou José na prisão por aproximadamente dois anos.
Mesmo na Prisão, Deus abençoou José, tendo o colocado como administrador do local.
Em um determinado tempo, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, foram presos, na mesma prisão de José, por praticarem atos de ofensa e durante a estadia na prisão, ambos tiveram sonhos, sendo que José os interpretou, conforme o dom que Deus lhe deu. Assim como anunciado por José, em três dias o copeiro retornou ao seu posto de trabalho no Palácio.
Passado algum tempo, desta vez foi o Rei do Egito, que teve dois sonhos, sendo que em um deles vacas feias e magras engoliam as vacas vistosas e gordas, e em outro espigas mirradas devoravam as espigas graúdas. Após consultar “todos os magos e todos os sábios do Egito”, ninguém conseguiu dar a interpretação do sonho do Rei. Foi aí que o copeiro se lembrou do seu sonho, e falou de José para o Rei, que o mandou chamar.
Após se barbear e trocar de roupa, José se apresentou ao Faraó, e interpretou o seu sonho, conforme aquilo que Deus lhe deu.
Após o anúncio dos 7 anos de fartura e 7 anos de fome. José foi escolhido Governador do Egito:
“Tu serás o administrador do meu palácio e todo o meu povo se conformará às tuas ordens; só no trono te precederei!”
Nos 7 anos de fartura, sob o Governo de José, foram armazenados 20% de toda a produção, e nos 7 anos de fome…
“De todos os povos e regiões chegavam pessoas ao Egito para adquirir cereais de José, pois sobre o mundo inteiro abatera-se a mais severa falta de alimentos”
Ou seja, Deus permitiu que José fosse reverenciado por todo o mundo, inclusive por seus irmãos e Pais. Cumprindo assim, o sonho do pequeno José.
A bíblia é recheada de passagens onde o sonho foi uma comunicação entre Deus e os homens, e na própria história do Senhor Jesus Cristo, o sonho esteve presente desde o princípio, pois, foi por meio de sonho, um anjo do Senhor anunciou a José que:
“Não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E dará à luz um filho e chamará o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” (Mateus Cap.1, versos: 21 e 22).
Nada melhor do que finalizar a contextualização bíblica, citando o nascimento do salvador do mundo, aquele que após sua ressurreição, deixou para nós a seguinte mensagem (S. João, cap. 14)
“Não se turbe os vossos corações, credes em Deus, crede também em mim.” (verso 1)
“Tudo que pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.” (verso 13)
Diante do último verso, e a constatação de que a falta de sonhos ou de metas pode estar associada a uma sensação de vazio existencial, muito presente em pessoas com ansiedade e depressão, deixo a seguinte oração:
Pai nosso que estás nos céus. Neste momento queremos te agradecer pela sua misericórdia em nossas vidas. Sabemos que estamos muito aquém de uma vida em perfeição, mas, lhe pedimos, que por sua bondade e misericórdia, nos dê a sua Paz, para que possamos sonhar com frequência, e sendo da sua vontade, nos ajude a conquistar nossos sonhos, para honra e glória do Seu Nome.