Por Elizabeth Resende
Na política brasileira, já passou da hora de reconhecer que não estamos jogando em campo neutro. Há muito tempo, os tribunais deixaram de ser apenas árbitros para se tornarem jogadores do time adversário. E agora, jogam com sangue nos olhos.
O pedido de prisão de Jair Bolsonaro não é um ato isolado. É o ápice de uma escalada jurídica contra a direita que já atingiu nomes como Daniel Silveira — hoje silenciado e inelegível — e Carla Zambelli, perseguida, condenada sem provas e o devido processo legal. Não se trata de inocentar erros ou justificar atitudes. Trata-se de entender o movimento maior que está em curso: o uso do aparato judicial como ferramenta de supressão política.
A política virou campo de guerra:
Para quem acredita que basta “fazer tudo certo” para estar protegido, aqui vai um alerta: a régua não é a mesma. A esquerda pode agir, errar, corromper e ainda assim ser celebrada. A direita, por sua vez, paga caro até por respirar alto. E nós, mulheres conservadoras que ousamos levantar a voz nesse cenário, somos vistas como anomalias: ou alvos a serem destruídos, ou aberrações a serem ridicularizadas.
Esse é o momento de escrever — e viver — um verdadeiro manual de sobrevivência:
A prisão de um ex-presidente em pleno ano pré-eleitoral não é apenas um ataque a um indivíduo. É um recado. Um aviso. A perseguição desenfreada a seus aliados é uma tentativa de frear a força de um movimento que mesmo caçado, resiste. Mas para resistir, não basta indignação. É preciso estratégia, coragem e preparo. Por isso, o Manual de Sobrevivência Política não pode ser apenas um título bonito: ele precisa ser colocado em prática por cada um que ainda acredita no Brasil.
Lições urgentes para a direita conservadora:
- Não confie nas instituições cegamente: elas já provaram que têm lado. Proteja-se com inteligência jurídica e narrativa fortes e embasadas na verdade.
- Fortaleça as bases reais: a guerra de 2026 será vencida nas ruas, nas igrejas, nos bairros, e não apenas nos tribunais ou no Instagram.
- Se preparem, principalmente mulheres conservadoras, seremos chamadas de radicais, loucas, fanáticas. Vão tentar destruir sua imagem antes de sequer ouvir sua proposta. Mas se você estiver pronta, ninguém a derruba.
- Crie rede, não ídolo: Bolsonaro é símbolo, mas não pode ser único. Precisamos de milhares de vozes, de nomes novos, de rostos que conhecem o povo e falam com verdade.
- Aprenda a jogar — sem se corromper, mas sem ingenuidade: Política é técnica, é timing, é estrutura. E sim, é batalha de narrativas. Chega de amadorismo
E o que faço eu, mulher, estrategista política?
Escrevo. Luto. Me posiciono. E convoco outras pessoas a fazerem o mesmo.
Não sou herdeira de poder nem filha de oligarquias. Cheguei onde estou porque resisti, estudei e construí. Agora, é hora de ensinar outras pessoas a fazerem o mesmo. Por isso, este artigo é mais que um desabafo: é o início de uma nova fase do Manual de Sobrevivência Política.
Se prenderem um, outros surgirão. Se calarem um, dezenas gritarão. E se quiserem nos derrotar, precisarão fazer isso todos os dias — porque a cada amanhecer, uma nova pessoa se levanta pronta para enfrentar esse sistema.



