Por Carol Barros
Em um mundo cada vez mais acelerado, competitivo e orientado a métricas, tornou-se comum acreditar que um erro profissional define quem somos. Muitos trabalhadores se cobram excessivamente, sentem vergonha de falhar e carregam o peso de uma expectativa inalcançável: a de nunca errar. Mas a verdade é simples e libertadora: errar não te faz um profissional ruim. Errar te faz humano.
Errar não significa incompetência , significa que você está tentando
Falhar faz parte de qualquer processo de construção profissional. Não existe trajetória sólida sem tropeços, revisões, reencontros e ajustes. Quando um profissional erra, isso não significa falta de capacidade; muitas vezes, significa exatamente o contrário: significa que ele está se movendo, tomando decisões, experimentando caminhos e se permitindo crescer.
Achar que o erro é sinônimo de incompetência é uma crença que aprisiona. É ela que impede pessoas talentosas de se arriscarem, inovarem, se candidatarem a novas vagas ou assumirem um projeto desafiador. O medo do erro paralisa, e essa sim é a verdadeira ameaça ao desenvolvimento.
A autocrítica saudável nasce da coragem
Reconhecer um erro e falar sobre ele exige maturidade emocional. É um ato de autocrítica, humildade e coragem. Profissionais que conseguem admitir quando algo não saiu como esperado constroem relações mais confiáveis, aprendem mais rápido e demonstram responsabilidade. O problema nunca foi errar. O problema é não enxergar o erro, ou ter tanto medo dele a ponto de permanecer imóvel. Quem se paralisa perde oportunidades, deixa de desenvolver novas habilidades e se afasta do próprio potencial.
A autocobrança extrema adoece e não melhora a performance
Muitas pessoas acreditam que a cobrança excessiva é sinal de comprometimento. Mas, na prática, o excesso de autocobrança gera ansiedade, bloqueios emocionais, improdutividade e até problemas físicos. Quando tentamos nos encaixar em padrões perfeccionistas, nos afastamos da nossa própria humanidade.
Profissionais saudáveis, emocionalmente e cognitivamente, entendem que o erro é parte do processo, e não um ataque ao próprio valor.
Errar faz parte da aprendizagem: cada queda é um degrau
Quando olhamos para trajetórias reais, e não para narrativas romantizadas das redes sociais, percebemos que todo crescimento parte de um movimento cíclico: tentar → errar → aprender → ajustar → crescer → tentar de novo.
Os erros funcionam como degraus: são eles que dão altura, perspectiva e firmeza. É na análise do que não funcionou que nasce a estratégia do que funcionará.
O profissional que aprende com os próprios erros não volta para o mesmo lugar, ele volta mais consciente, mais preparado e mais forte.
Humanizar o mercado de trabalho é urgente
Como mentora de carreiras, consultora de RH e estudante de Psicologia, observo todos os dias o impacto emocional que a cultura do“não pode errar” provoca nas pessoas. Profissionais brilhantes se anulam por medo da crítica. Líderes competentes deixam de inovar para não se expor. Jovens talentos escondem dúvidas para não parecerem despreparados.
Precisamos ressignificar o erro. Não para romantizá-lo, mas para compreendê-lo como parte natural da evolução humana.
Quando reconhecemos isso, criamos ambientes mais seguros psicologicamente, equipes mais colaborativas, profissionais mais criativos e empresas mais saudáveis.
Conclusão: você não precisa ser perfeito. Você precisa ser real!
Errar não é o fim da linha, nem o rótulo que define um profissional. Errar é parte do processo de se tornar melhor. É um convite à reflexão e uma oportunidade de crescimento.
Não tenha medo de errar.
Tenha medo de não se permitir tentar.
Porque, no fim das contas, a excelência não vem da ausência de falhas, mas da coragem de aprender com elas.
Caroline Barros
Mentora de Carreiras e Consultora de RH
Especialista em Desenvolvimento Profissional e
Posicionamento Estratégico no Mercado de Trabalho.
Contato: caroline@acbarros.com.br
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